A Missioneira Itaqui



                A vizinha cidade de Itaqui está de olho no turismo missioneiro e querendo integrar-se à Rota Missões. Itaqui quer fazer parte da indústria sem chaminés, a indústria do turismo, e para isto está intensificando as pesquisas e o resgate cultural, no sentido de qualificar-se para receber e ter o que mostrar aos turistas.  O que não é difícil, pois os casarões do inicio do século passado, aliados aos seus belos muros de pedra, e a hospitalidade do povo de Itaqui, por si só garantiria uma visita agradável.

A municipalidade está se estruturando: o Cais do Porto passou por uma ampla reforma e  ficou um dos mais belos da fronteira; o Mercado Público de Itaqui, datado de 1907, patrimônio histórico tombado pelo IPHAE, está com projeto tramitando no Ministério da Cultura para ser restaurado e transformar-se, no pólo turístico cultural da região; também há a colocação de diversos monumentos que relembram o passado de Itaqui, como, por exemplo, uma cruz missioneira no Parcão, símbolo máximo das cidades missioneiras. Existe um projeto para homenagear, no Sesquicentenário de Itaqui, à Hemetério José Veloso da Silveira, o emancipador de Itaqui. Este projeto já está em negociação com os artistas plásticos Rossini Rodrigues e Jorge Costa. Provavelmente será aplicado e instalado no novo Cais do Porto de Itaqui.

               Há quem discorde que Itaqui não é missioneira. Porém, a Revista Armazém da Cultura publicou em uma de suas edições uma pesquisa confirmando definitivamente que o povo de “Ytaqui” é mais antigo, por exemplo, que a cidade de Santo Ângelo. Em 1690, Itaqui já aparecia no mapa dos povos missioneiros feito pela Companhia de Jesus. Na realidade era uma Capela ou ponto avançado de La Cruz. A revista conseguiu uma cópia deste documento, já que seu original encontra-se no Arquivo Geral do Vaticano. O mapa é um documento que permitirá, com propriedade, que a cidade tricentenária de Itaqui entre para a Rota Missões e faça parte do caminho das Missões, e possa assim trabalhar articulada com a cidade de São Borja em busca de rotas alternativas para o desenvolvimento do turismo regional.

Itaqui, já acertou na Cruz.

                 Recentemente a Prefeitura Municipal de Itaqui mandou colocar uma cruz missioneira no Parcão da cidade. O monumento destaca-se pela beleza, todo em pedra grês, em um único bloco. Está posto em um local de grande visibilidade. E agora a municipalidade trabalha incentivando o resgate de suas raízes e apoiando a educação patrimonial de forma que enalteça a auto-estima da população. Uma bela iniciativa. Em São Borja optou-se colocar a cruz de Lorena no trevo da cidade, porém ela não simboliza o município como um povo missioneiro. Diferentemente da Cruz Missioneira (adotada por Itaqui) que é a cruz usada em todos os povos das missões.

Matéria publicada em 2008 no Jornal Alternativo

Comentários

  1. parabens pelo trabalho!!!qui maravilha encontrar entre tanta desgraças culturais alguém que FAZ algo pela nossa VIDA.Um grande abraço e Muito Obrigado!

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  2. Olha, moro em itaqui, ja é 2013 e até agora nada foi feito, a cruz encontra-se no parcão mas nós não viramos rota missoes, e os sitios arqueológicos ainda estão sem estudos.

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