A memória da cidade: 329 anos de fundação de São Borja
Pouquíssimo resta neste Município que lembre suas origens históricas. O descaso de uns, somado ao desconhecimento de outros com relação à importância e necessidade de resguardar o legado cultural do Município, determinou que a nossa tricentenária São Borja, chegue agora, nos seus 329 Anos de existência, como uma cidade quase esquecida de suas raízes. Não fosse o esforço de alguns poucos estudiosos de nossa História, usos, costumes e etnias, que se encarregam de divulgar dentro e além de nossas fronteiras o que foi a São Borja dos Sete Povos das Missões, e quase nada da História citadina seria conhecido.
Falta-nos a memória da cidade, presente nos prédios antigos, demolidos para dar lugar a outros novos que poderiam conviver com aqueles numa perfeita harmonia, assinalando nos diversos logradouros, a passagem dos tempos e o desenvolvimento local.
A arte religiosa missioneira por pouco não sucumbiu totalmente diante da onda destruidora que varreu de São Borja verdadeiras joias artísticas que remontavam aos primordios da nossa formação urbana como, por exemplo, a Igreja Matriz São Francisco de Borja, a Capela Imaculada Conceição, o prédio da Antiga Telefônica e outros. Também a arte cemiterial corre igual risco, se não forem tomadas medidas visando resguardá-la, medidas estas que devem ser estendidas também ao patrimônio paisagístico do Município, palco onde se desenrrolaram os fatos que garantiram nossa sobrevivência como povo organizado no que é considerado como um dos grupamentos humanos permanentes mais antigos do Rio Grande do Sul.
Um povo que não preserva suas raízes é um povo esquecido de si mesmo, de sua História e de suas origens, sem legado a preservar ou a transmitir. Mesmo com atraso, é verdade, mas temos que resgatar esta divida dos cidadãos de ontem e hoje para com as gerações futuras de nossa terra. Temos que despertar o ideal preservacionista em nossa comunidade, precisamos mobilizar a sociedade e salvar alguma coisa.
Matéria publicada no Jornal Armazém da Cultura de outubro de 2011 na coluna OPINIÃO
Olá. Gostei de tuas postagens. Sou de Cerro Largo, atualmente moro em Curitiba-PR. Sou aficcionado pela história e cultura missioneira.
ResponderExcluirGrato Fábio, grande abraço
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