Museu Getúlio Vargas em processo de desabamento!
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Foto 2017 - Platibanda desabou |
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Foto 2015 - Inauguração |
Meus caros amigos, estamos retomando as atividades de postagem do blog, nossa temática é voltada à valorização da cultura missioneira em especial o patrimônio Jesuítico-missioneiro. Desde 2017 alguns amigos cobram e esperam por uma solução envolvendo o Museu Getúlio Vargas, e por ele abrigar um acervo riquíssimo inclusive a cobertura fotográfica da inauguração do Museu missioneiro de São Miguel das Missões encontra-se guardada nele e por conter documentações e manuscritos de Gustavo Capanema, Sergio Buarque de Holanda, Mário de Andrade, Lúcio Costa entre outras figuras importantíssimas para a história do Brasil, resolvemos abordar este assunto que vem trazendo inquietações, especialmente nestes dias tão nebulosos para a cultura nacional. Recentemente o Museu Nacional foi destruído pelo fogo, a casa do imigrante na Serra gaucha desabou e para que não ocorra o mesmo com o Museu de Getúlio Vargas resolvemos abordar o assunto.
Localizado na cidade de São Borja, na Avenida Presidente Vargas, nº 1772 de propriedade da Prefeitura Municipal de São Borja, o prédio foi tombado conforme portaria do IPHAE nº 02/94 de 21/01/1994, com processo instaurado sobre o nº 1706-1100-SEDAC/93.0, encontra-se registrado no livro tombo histórico de nº 74.
Localizado na cidade de São Borja, na Avenida Presidente Vargas, nº 1772 de propriedade da Prefeitura Municipal de São Borja, o prédio foi tombado conforme portaria do IPHAE nº 02/94 de 21/01/1994, com processo instaurado sobre o nº 1706-1100-SEDAC/93.0, encontra-se registrado no livro tombo histórico de nº 74.
Dados históricos e arquitetônicos dos registros do livro tombo do IPHAE:
A construção do imóvel data aproximadamente do ano de 1911. É
térrea, edificada em alvenaria de tijolos, implantada sobre o alinhamento do
passeio público. A fachada principal possui características
ecléticas, com elementos decorativos em massa, como pilastras,
cimalhas, molduras de portas e janelas. É uma fachada simétrica, com a porta
principal no eixo central e duas janelas laterais com caixilhos de
vidro. A cobertura original era em telhas francesas, depois substituídas
por telhas de zinco.
A casa foi construída para moradia do Ex-Presidente Getúlio Dornelles
Vargas. Essa casa é testemunha do início da trajetória política que
transformou Getúlio Vargas em líder nacional. Foi nela que, já
eleito deputado estadual, advogava e participava da política local. Vargas
encerraria seu período de residência na casa de São Borja em 1923, quando
assumiu a cadeira de Deputado Federal. Atualmente funciona no
prédio o Museu Getúlio Vargas, com um acervo de aproximadamente
1.050 livros. Restam ainda, como remanescentes da memória de Vargas, uma
escrivaninha e uma urna confeccionada a pedido do Presidente, para
simbolizar a União Nacional, onde dirigentes de cada estado depositaram uma
porção de terra de sua região.
Após restauração
e ampliação, o Museu Getúlio Vargas foi reinaugurado no dia 03 de julho de 2015.
Tornando-se um dos espaços museais mais belos e funcionais do Estado do Rio
Grande do Sul. Visitar as salas é viajar no tempo, é ter uma aula de história
em cada cômodo. Com projeto museográfico novo a construção que já foi lar do
ex-presidente, deu espaço para fotografias, documentos e indumentárias que
oferecem um panorama cronológico. Um dos espaços que mais chamam a atenção é a
sala da morte. É um local que conta com a urna funerária, e lençol que estava na
cama no dia do suicídio.
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Foto da inauguração do museu em 2015 |
O trabalho de
revitalização foi minucioso e durou 18 meses. Foram recuperados pisos, forros,
rebocos, pinturas e trincos. Tudo para ficar mais próximo do original e para
proporcionar aos visitantes um ambiente qualificado para reflexões, sobre uma
das fases mais importantes da história do Brasil.
Todos os espaços foram climatizados e possuem
acessibilidade. Um prédio mais moderno foi construído nos fundos. Uma das
curiosidades fica por conta de uma janela arqueológica que mostram vestígios do
passado. O prédio novo conta com um espaço de reserva técnica e em uma das salas
abriga a biblioteca particular do ex-presidente.
Infiltrações e desabamento da platibanda.
No dia 11 de maio de
2017 desabou a platibanda da fachada do museu, a parte frontal toda trabalhada
acabou desmoronando por inteiro, possivelmente em decorrência das infiltrações
nas paredes, o caso é muito grave e precisa ser apurado. Internamente a umidade
e fungos tomam conta das paredes e já chegaram atingir algumas peças do acervo.
Em 05 de maio de 2017 o fato chegou ser noticiado pelo jornal Zero hora, mas até agora não obteve resolução, nem intervenções para sanar o problema.
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Foto infiltrações e rachaduras - Autor Celso Dornelles |
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Foto infiltrações - Autor Celso Dornelles |
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Acervo Danificado pelo mofo - Autor Celso Dornelles |
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Acervo Danificado pelo mofo - Autor Celso Dornelles |
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Detalhe da Platibanda que desabou |
Em 05 de maio de 2017 o fato chegou ser noticiado pelo jornal Zero hora, mas até agora não obteve resolução, nem intervenções para sanar o problema.
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Foto reportagem Almanaque Gaúcho - Acervo Celso Dornelles |
Fato é que diante do
recurso público investido (2,5 milhões) e por ser um prédio histórico TOMBADO,
se faz necessário a apuração dos responsáveis, seja empresas executoras da obra, construtoras, agentes
culturais gestores do projeto, Prefeitura, engenheiros, arquitetos, fiscais, políticos, IPHAE, alguém precisa se pronunciar tecnicamente e
apontar uma solução. Fica mais uma vez o nosso alerta e indignação.
Um engenheiro amigo que prefere não se identificar, em visita ao local ressaltou que o prédio tem problemas com a drenagem e a parte nova da ampliação se comunica com o antigo por uma viga que esta sobrecarregando, fazendo pressão contra o prédio antigo, e por isto provavelmente teria ocasionado o desmoronamento da platibanda, mas ele afirma que precisa ser melhor estudado o caso.
Ressalto que quem deveria estar cobrando uma solução deveria ser o IPHAE, visto que o patrimônio é tombado junto ao órgão, mas como teve participação importante na execução do projeto parece fazer vistas grossas. Aguardamos os próximos capítulos.
No dia 13 de março recebemos resposta do IPHAE sobre nossos questionamentos:
"Senhor José Fernando Rodrigues
Um engenheiro amigo que prefere não se identificar, em visita ao local ressaltou que o prédio tem problemas com a drenagem e a parte nova da ampliação se comunica com o antigo por uma viga que esta sobrecarregando, fazendo pressão contra o prédio antigo, e por isto provavelmente teria ocasionado o desmoronamento da platibanda, mas ele afirma que precisa ser melhor estudado o caso.
Ressalto que quem deveria estar cobrando uma solução deveria ser o IPHAE, visto que o patrimônio é tombado junto ao órgão, mas como teve participação importante na execução do projeto parece fazer vistas grossas. Aguardamos os próximos capítulos.
No dia 13 de março recebemos resposta do IPHAE sobre nossos questionamentos:
"Senhor José Fernando Rodrigues
Em resposta à sua solicitação, comunicamos que em 24 de abril de 2018, conforme a Informação N° 155/2018/IPHAE, que dispõe sobre o Laudo Técnico de Vistoria no Museu Getúlio Vargas em São Borja-RS, transcrevemos: “Diante dos relatórios e laudo apresentado, verifica-se em comum, a orientação com relação à necessidade de ações de conservação, manutenção e monitoramento do bem, que não se fizeram presentes após o restauro” e ainda: “Por tratar-se, de um bem tombado pelo Estado, mas de propriedade do município, e portanto sob a salvaguarda do mesmo, recomendamos a orientação do laudo apresentado pela Empresa Sarasá Conservação e Restauração, com relação às patologias apresentadas, e em especial o restauro da platibanda, para contratação específica de projeto e execução de restauro, podendo para isso se beneficiar de Leis de Incentivo, via LIC.”
Arq. Beatriz Molnar
IPHAE
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado"
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